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Tabagismo e a visão

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Conheça as Evidências Científicas do Efeito Danoso do Fumo Ativo e Passivo no Sistema Visual

O hábito de fumar é reconhecidamente um fator de risco potencial para uma variedade de doenças cardiovasculares e respiratórias, além de ser significativo na gênese de doenças malignas. Enquanto a maioria das doenças malignas pode ser resultado da associação de fatores genéticos e ambientais, o hábito de fumar é considerado como causa direta de câncer de pulmão e tem forte associação com câncer de próstata, mama e colo intestinal.

Do ponto de vista cardiovascular, fumar provoca aumento nos níveis séricos de colesterol total, do LDL (Low Density Lipoprotein cholesterol, o “mau colesterol”) e triglicérides e diminuição do nível de HDL (High Density Lipoprotein cholesterol, o “bom colesterol”). Os efeitos dislipidemicos, ateroscleróticos e trombóticos, fortemente associados ao fumo, aumentam absurdamente a incidência de doenças cardiovasculares, com um aparente efeito de dose-dependência na sua relação com mortalidade por doenças cardiovasculares. Nos acidentes vasculares cerebrais (derrames) e no infarto do miocárdio, o hábito de fumar é considerado fator de risco direto. Do ponto de vista epidemiológico, demonstrou-se cientificamente que homens que nunca fumaram tinham 78% de chance de atingir a idade de 73 anos, enquanto aqueles que iniciaram o hábito de fumar aos 20 anos de idade e nunca pararam, 42%.

Em relação às doenças oculares, fumar tem sido apontado como fator de risco para oftalmopatia de Graves, glaucoma, catarata e degeneração macular relacionada à idade, levando à cegueira irreversível em muitos casos. Há também fortes evidências científicas do seu efeito danoso sobre a superfície ocular e filme lacrimal e ainda do efeito dose-dependente do fumo sobre as doenças oculares.

Oftalmopatia de Graves

Na oftalmopatia ou doença de Graves, que tem caráter multifatorial, há clara interação entre fatores genéticos e ambientais em sua patogênese. Em fumantes crônicos são encontrados níveis séricos elevados de tireoglobulina e níveis diminuídos de TSH (hormônio estimulante da tireoide). Resultados de pesquisas científicas mostram claramente que há mais fumantes que desenvolvem oftalmopatias associadas à Graves que não-fumantes.

Não menos surpreendente é o fato de que fumantes com oftalmopatia de Graves ativa, moderada e severa apresentam resultados menos favoráveis quanto à resposta ao tratamento por radioterapia, ou qualquer outro tratamento, que não-fumantes.

Tabagismo é associado com aumento no risco de inflamação ocular

Pesquisadores avaliaram retrospectivamente a relação entre tabagismo e inflamação ocular em uma ampla coorte de pacientes com inflamação ocular. Os tabagistas foram associados a um risco 17% a 27% maior de recidiva da inflamação comparados com os não-tabagistas, um menor tempo até a recorrência (7,8 a 9,4 meses), assim como uma maior probabilidade de inflamação ocular bilateral e pior visão à apresentação. Os tabagistas também tiveram um risco de mortalidade alto de 60%. British Journal of Ophthalmology, July 2010

Artigo publicado na edição de junho de 2009 da revista Universo Visual.